segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB)

          A Câmara hiperbárica foi usadas pela primeira vez em 1622 por Henshaw para fins medicinais, preconizando as altas pressões para as doenças com quadros agudos e as baixas pressões para os crônicos. No Brasil a OHB foi aceita a partir de 1930 e restringia-se, praticamente ao tratamento de doença descompressiva (DD) com mergulhadores, após ser estabelecidas normas de segurança referente a tal procedimento passou a ser empregada no tratamento de diversas doenças. Em 1960 Smith e Sharp na Escócia, experimentam o tratamento da intoxicação pelo monóxido de carbono (CO) através da OHB com resultados satisfatórios, ainda nesta década surgiram vários centros de OHB e em 1967 após um simpósio internacional referente ao tema nasceu a primeira sociedade: a “Undersea and Hyperbaric Medical Society”. No Brasil a Marinha deu um grande passo, criando o primeiro serviço de Oxigenoterapia Hiperbárica, no Hospital Naval Marcílio Dias (HNMD), voltado para clientes com distintas indicações de OHB.
A OHB é uma terapêutica regulamentada, na qual o paciente realiza inalação intermitente de oxigênio 100% com uma pressão maior que a da atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica.
A OHB funciona causando o aumento da pressão dentro da câmara hiperbárica, associada a um aporte de O2 aumentado, leva a uma maior difusão de Oxigênio para o sangue. O qual fica com 100% de suas hemácias carreando Oxigênio e ainda transporta uma parte diluída no plasma, com isso o sangue rico em oxigênio, ao chegar aos tecidos em sofrimento, aumentando a formação do tecido de granulação e como coadjuvante no controle da infecção, tendo seus resultados evidentes no tratamento de fasciites necrotizantes extensas e síndrome de Fournier dentre outras e consequentemente estimulando seu processo de cicatrização, através da estimulação de fibroblastos e  osteogênese acarreta uma estimulação de neovascularização nas áreas em sofrimento. Porem a aplicação do tratamento e efetuado após avaliação da enfermidade onde se é determinado a quantidade de sessões, o nível de pressão, duração, intervalos e numero total de variáveis.
A disponibilidade da OHB ainda muito restrita no país, entretanto, a amplitude de suas indicações aponta sua importância para a saúde Assim sendo, a Oxigenoterapia Hiperbárica vem se consagrando como um método adjuvante e eficaz no auxílio a cicatrizações de feridas combate a infecções severas, dentre outros. As Diretrizes de Segurança e Qualidade expedidas pela Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica cita que os profissionais indicados para operar e prestar cuidado aos clientes deverá ser enfermeiros e técnicos de enfermagem, atendendo a Lei nº. 7.498/86 que regulamenta o
Exercício Profissional de Enfermagem desde que este esteja habilitado para operação do painel de controle de câmara multiplace e monoplace, onde a manipulação dos equipamentos é realizada simultaneamente e com absoluta atenção aos procedimentos a serem executados no inicio, meio e fim.

Custo/benefício
Deve ser avaliado antes de iniciar o tratamento
Tempo de hospitalização;
Tempo de antibioticoterapia;
Custos globais do tratamento;
Necessidade de cirurgias mutiladoras;
Sofrimento emocional do paciente e seus familiares.

Pode ser de dois tipos:
Monoplaces: Acomoda um paciente é pressurizado a pressões de 2 a 2,5 ATA com oxigênio a 100%.
Multiplaces: Comporta simultaneamente vários pacientes, eles são pressurizados ao mesmo tempo a pressões entre 2 e 2,5 ATA, usando ar comprimido, mas recebem máscaras ou capuzes de Oxigênio a 100%.

Deve-se ter em mente que não é OHB quando:
Inalação de O2 a 100% em respiração espontânea;
Inalação de O2 a 100% através de respiradores mecânicos em pressão
ambiente;
    Exposição de membros ao O2 por meio de bolsas ou tendas, mesmo que pressurizadas.


A Aplicação Clinica da OHB é indicada nas seguintes patologias como:
Embolias gasosas, doenças descompressivas, embolia traumática pelo ar envenenamento por monóxido de carbono, doença de fournier, infecções necrotizantes de tecidos moles, isquemias agudas traumáticas, vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas, queimadura complexa, lesões refratarias, lesões por radiação, dentre outras. Em geral os pacientes na medicina hiperbarica são profissional de mergulhação da aeronáutica; trabalhadores sob ar-comprimido, prevalecendo uma abordagem voltada a saúde ocupacional;


Das Contra-indicações:
Absolutas: Gravidez, pneumotórax não tratado e uso de
Antineoplásicas.
Relativas: Infecções das vias aéreas superiores, DPOC com retenção de CO2,
hipertermia, histórico de pneumotórax espontâneo, cirurgia prévia em ouvido,
esferocitose congênita, infecção viral em fase aguda.

O Papel da Enfermagem no Tratamento da OHB
Os clientes submetidos a esse tipo de tratamento são bastante diferenciados pela idade, diagnóstico e gravidade da sintomatologia. Assim sendo, o profissional de enfermagem hiperbárico deve ter experiência em atendimento a clientes críticos no que concerne a enfermagem médico-cirúrgico de adultos e crianças, bem como no apoio às atividades de mergulho raso, profundo e mergulho saturado, atendimentos a clientes submetidos à OHB e acidentados de mergulho submetidos a recompressão dando-lhes condições para que o tratamento fosse executado com exatidão, no entanto podemos compreender que a função do profissional de enfermagem hiperbárico compreende, em regra, a orientação ao cliente sobre as medidas de segurança do mergulho, acompanhamento e observação durante a realização do tratamento de OHB, cumprimento das tabelas de tratamento, tais como: TPD (Tabela Padrão de Descompressão) TDSO (Tabela de Descompressão com o Uso de Oxigênio) TLSD (Tabela sem Limite de Descompressão), observação dos efeitos colaterais da OHB, bem como fornecimento do suporte básico à vida em caso de eventuais acidentes, convulsão ou intoxicação pulmonar ou neurológica.

Papel da Enfermagem na OHB
·         Realizar anamnese e exame clinica com atenção ao tímpano e pulmão;
·         Instrui o cliente sobre a colocação das mascaras de respiração;
·         Avaliação e acompanhamento da ferida;
·         Orientar o paciente e aos familiares quanto ao procedimento;
·         Esclarecer dúvidas;
·         Estabelecer relação de confiança e empatia;
·         Dialogar com a equipe;
·         Utilização de vestimenta adequada fornecida;
·         Despir-se de qualquer objeto de uso pessoal que possam originar fagulhas elétricas, pois o oxigênio e altamente inflamável como roupas sintéticas (nylon) e calçados, perfume, maquiagem, gel de cabelo é esmalte de unha; brincos, anéis, colares e pulseiras;
·         Próteses e afins: aparelhos auditivos; óculos ou lentes de contato, próteses
dentárias, próteses externas, tampões nasal ou vaginal, imobilizações ou fraldas com botões ou velcro, marca-passo externo;
·         Curativos: povidine, gaze vaselinada, óleos minerais; creme e pomadas expostas; soluções alcoólicas, iodadas ou oleosas na pele;
·         Alimentação: 01 hora antes da sessão e as demais refeições 2 horas antes da sessão;
·         Não administrar insulina 02h antes da sessão;
·         Acesso venoso: deixar acesso venoso salinizado ou AVC, heparinizado;
·         Sondas: Desprezar e anotar volumes de sondas e ostomias;
Pacientes com SNG deverão permanecer com as mesmas fechadas para evitar distensão abdominal.
  
Referencia:

HTTP://Enfermeiro.br.tripod.com
HTTP://www.ecotecmed.com.br



5 comentários:

  1. A MEDICINA HPERBARICA E MARAVILHOSA PRA ÚLCERAS

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  2. Olá Patricia e Tania como consta na postagem a OHB tem várias indicações terapeuticas, no entanto antes de iniciar o tratamento o paciente passa por uma avaliação rigorosa, o custo beneficio do tratamento e um dos fatores determinante da OHB.

    Na atmosfera (ar ambiente) existe 21% de oxigênio, tal valor que inalamos (respiramos), já na aplicação da OHB esse valor e muito inferior sendo necessario instalar oxigenioterapia a 100% dentro de uma câmera hiperbárica que pode ser individual ou coletiva, obvio com a supervisão constante de profissionais preparados e equipados.

    Obrigada pelo comentário de vcs, tendo duvida estou a disposição.

    um abraço

    Enfª Maria Eliene

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  3. Pacientes com picc existe relatos de obstruçao do cateter por conta da hiperbarica?

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  4. Pacientes com picc existe relatos de obstruçao do cateter por conta da hiperbarica?

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